segunda-feira, 22 de agosto de 2011


EUGÊNIO VILHENA DE MORAIS

Antônio Casadei *



Historiador, poeta, jornalista, administrador, jurista e, acima de tudo, professor, nasceu na Campanha a 5 de fevereiro de 1887, pertencente a uma família tradicional e culta. Seu pai, José Gomes de Morais, foi professor e Coletor Federal. Eugênio fez os estudos preliminares na terra natal e o secundário, no Colégio Anchieta, dos padres Jesuítas, em Nova Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro, tornando-se Bacharel em Ciências e Letras, na turma de 1902, ao lado do seu irmão Rodolfo, depois médico famoso, professor, escritor e jornalista.

Foi com um ensaio, “A Influência dos Jesuítas em nossas letras” que ingressou, em 1921, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Como decano dessa famosa Instituição Cultural, alcançou a eleição para Sócio Grande e Benemérito, com importante e culta atuação. Escreveu vários livros sobre a figura insigne e patriótica do Duque de Caxias. Foi o idealizador do Dia do Soldado, anualmente comemorado em 25 de agosto, data natalícia do grande Pacificador. Recebeu a Medalha do Mérito Militar e outras comendas nacionais e estrangeiras. Colaborou em vários jornais, especialmente no Jornal do Comércio e na Revista Verbum, magnífico veículo de cultura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, concluindo, entretanto, o seu curso com raro brilhantismo na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, no ano de 1907. Nunca tendo exercido a profissão de advogado, dedicou-se inteiramente ao Magistério, com grande competência, lecionando em vários estabelecimentos de ensino, português, francês, latim e história, inclusive no próprio Colégio Anchieta, no Externato Santo Inácio e na Escola Normal, depois Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Foi nomeado Diretor do Arquivo Nacional por Decreto de 30 de junho de 1938, do Presidente Getúlio Vargas, cargo que exerceu com competência e operosidade por 20 anos.

Católico praticante, caracterizava-se pelo seu espírito combativo e polêmico, não recuando na defesa do que lhe parecia certo.

Apesar da saúde por vezes precária, era dotado de indomável energia interior, que o fez viver sempre atuante e afirmativo e fiel aos seus princípios, até a idade avançada de 95 anos. Faleceu no Rio de Janeiro, no Bairro da Gávea, deixando muitos filhos.

Como muito bem disse o saudoso Professor Pedro Calmon, à beira do seu túmulo, “Outra missão não cumpriu que a de bem servir a Deus e a Pátria”.

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